quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Construindo uma Câmera Pinhole

Nesta aula nós experimentamos com a fabricação de câmeras pinhole. Acompanhe os passos e os resultados. O trabalho foi registrado pelo nosso fotógrafo documentarista Hélio Rocha!




1: Pegue uma lata com tampa e marque o local que será furado, usando um prego grande.



2: Fure no local marcado. Use uma broca grossa mas tome cuidado para não se ferir!



3: Use um esmeril (foto) ou uma lixa para remover imperfeições ou rebarbas do buraco. Cuidado para não se cortar com as sobras de metal!




4: Pinte o interior da lata com tinta preta fosca. Não se esqueça da tampa.



5: Fixe um quadrado de folha de alumínio sobre o buraco. Pressione ligeiramente com o dedo para demarcar o buraco no alumínio.




6: Usando uma agulha fina, faça cuidadosamente um pequeno furo no centro do buraco demarcado.




7: Coloque um tampão sobre o furo, para controlar a entrada da luz. Neste caso usamos um ímã mas você poderá usar um pedaço de fita forrada na parte de dentro para que ela não cole no alumínio.




8: Agora chegou a hora de encontrar um bom ângulo, apoiar sua câmera e marcar o tempo de exposição. Se estiver usando papel fotográfico, experimente algo entre 15 e 30 segundos, dependendo do tamanho da lata e da luz do dia. Após o término da exposição, cubra o orifício da câmera.




9: A próxima parte acontece no laboratório fotográfico. Lá, em condições de segurança, somente com as luzes vermelhas acesas, você poderá abrir sua câmera e retirar o papel exposto. Se for filme, a escuridão terá que ser total. Agora o papel será mergulhado no revelador por cerca de dois minutos e depois no interruptor por alguns segundos. Por fim vai para o fixador, onde é agitado suavemente por mais um minuto. Depois vai para a lavagem e secagem.



10: Pronto! Aqui temos três fotógrafos felizes! Ivone, Pedro e Bernardo. Os negativos ficaram um pouco sub-expostos devido a queda na luminosidade ambiente na hora das exposições. Vejam como a pouca luz/tempo resultou em pouca prata/escurecimento no papel.



11: E por fim a foto acima agora em negativo. Assim as fotos das câmeras ficam em positivo. Legal não?

sábado, 18 de outubro de 2008

Nossa primeira foto com uma câmera Pinhole

Caros alunos, na nossa aula de hoje, experimentamos com a tão conhecida Câmera Pinhole, ou câmera do buraco de agulha.

Abaixo você pode ver o resultado da primeira experiência bem sucedida. Este é o negativo original que foi exposto por 20 segundos, em plena luz do sol. O negativo (em papel) foi escaneado em um escaner Epson Perfection 4490 Photo. Clique nas fotos para vê-las ampliadas.



Esta é a imagem original, em negativo de papel. O que é claro na imagem emite luz, escurecendo o papel. O céu estava bem branco, bem como o limpíssimo jaleco da professora Nivalda.



Esta é a imagem revertida (digitalmente), em positivo. O que era escuro no negativo faz sombra no positivo, deixando aquele pedaço claro. Neste caso não foi usado um papel para o positivo, ele foi feito diretamente no computador.



Agora temos o positivo. Seu contraste foi ajustado digitalmente, para corrigir as limitações do negativo de papel.



Finalmente temos o positivo, ajustado e revertido para ficar na posição correta. Observem que a professora Nivalda, que ficou parada durante a exposição , apareceu relativamente nítida. Eu, falando à esquerda, fiquei "borrado" (entre aspas!). Os braços da colega que os ficou agitando, desapareceram, tal qual as pessoas no daguerreótipo do Boulevard du Temple.
Legal não?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fabricando Câmeras!

Caros alunos,
aqui estão algumas fotos feitas por mim e pelo colega Hélio Rocha no dia de nossa primeira aula.



A Formação da Imagem.


Óóóóhhhh!



Pedro descobre os mistérios da luz.



"It's a kind of magic!" (Fred Mercury)


Sarah e Júlia constroem sua câmara obscura. É a cooperação bi-nacional.



Rodrigo, Hugo e as colegas. Produção em série de câmaras obscuras!



É para ver expressões como estas que a gente dá aula! I



É para ver expressões como estas que a gente dá aula! II




É para ver expressões como estas que a gente dá aula! III



É para ver expressões como esta que a gente dá aula! IV



A imagem projetada.



Gente feliz! Foto: Nivalda Assunção


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Geraldo demonstra: A Formação da Imagem!

Caros alunos, em nossa primeira aula fizemos diversas experiências e demonstrações. Uma das mais interessantes foi projetar a imagem da vela com auxílio da lente convergente. Como vimos, o que impede a formação da imagem em um anteparo é a "desorganização" dos raios luminosos emanando da vela e atingindo o anteparo.
A lente convergente organiza esses raios fazendo com que os raios que emanam de um dado ponto da vela (ou de qualquer fonte de luz emissora ou reflexiva) convirjam para somente um ponto no anteparo.


Observem a foto que fiz do Geraldo, durante nossa experiência.


A imagem da vela se forma a partir do desvio, pela lente, dos raios luminosos segundo o princípio da refração.




As setas em roxo indicam os raios luminosos que partem da vela em todas as direções.



As setas em vermelho indicam os raios que partem do topo da chama e atingem a lente. Como a superfície da lente é abaulada (convexa) os raios passam por ela em ângulos diferentes e portanto sofrem refrações (desvios) diferentes. Os de cima são desviados para baixo, os de baixo para cima e os do centro (que não estão desenhados nesta foto) são desviados para cima quando entram na lente e para baixo quando saem dela, resultando em uma trajetória retilínea.




As setas amarelas mostram o mesmo fenômeno, agora na outra extremidade da vela/imagem.




As setas azuis indicam as trajetórias dos raios que partem do centro da vela. Observem que os raios que passam pelo centro da lente não sofrem desvio algum. Eles incidem na superfície de vidro com um ângulo de 90 graus e, portanto, não sofrem refração.




Agora temos os três conjuntos de raios formando a imagem. Lembrem-se de que isto é apenas um esquema. Na realidade existem infinitos conjuntos de raios de uma extremidade à outra da vela/imagem, todos seguindo os mesmos princípios.




As setas verdes indicam os raios que partem do centro da chama e tangenciam (raspam) as bordas da lente. Eles formam o limite da zona entre luz e "sombra". A "sombra" é formada pela ausência dos raios que foram convergidos pela lente para formar a imagem da chama. Legal não?!




Por fim este esquema mostra todos os raios simultaneamente, que é o que acontece no mundo
real.



Quinhentos Anos de Evolução

Nas imagens a seguir eu desenhei três modelos de câmaras sobre as fotos originais.
A geometria está correta e os princípios de óptica também. Estas poderiam, de fato, ser câmeras de verdade. Examinem bem as imagens e vejam como as câmeras fotográficas operam sempre sob os mesmos princípios fundamentais. Assim fica bem mais simples de entender!


Uma Câmera Obscura do século XVI


Uma Câmera para Daguerreótipos do século XIX


Uma Câmera Moderna, digital ou não,
equipada com uma teleobjetiva (que nós ainda vamos estudar)



quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Momento Decisivo

Caro Aluno,
bem-vindo ao blog do curso Com Fótons Grafando!
Aqui poderemos colocar nossas idéias, sugestões, comentários, imagens etc. É um espaço democrático.





Escolhi a imagem acima para primeira postagem de nosso blog porque ela é considerada um ícone da fotografia e representa todo um conjundo de idéias do que é fotografar.
Seu autor é um dos mais importantes fotógrafos do século XX, Henri Cartier-Bresson.
A foto, entitulada "Derrière la gare Saint-Lazare
" (atrás da estação Saint-Lazare), foi feita por Bresson em 1932 e retrata um homem ao pular de uma escada caída sobre uma poça d'água. Ela representa o que seria posteriormente denominado por Bresson "O Momento Decisivo".

O "momento" foi definido por ele em um livro publicado em 1952, Images à la sauvette. Algo como "Imagens feitas discretamente".




A edição em inglês, publicada nos Estados Unidos, foi entitulada The Decisive Moment (O Momento Decisivo).

Ela incluía um portfólio de 126 de suas fotos tanto do oriente como do ocidente.
A capa do livro foi desenhada por Henri Matisse.

Para seu prefácio filosófico de 4.500 palavras, Cartier-Bresson extraiu seu tema principal de um texto do século 17, no qual o Cardeal de Retz diz:

"Il n'y a rien dans ce monde qui n'ait un moment decisif"

"Não há nada no mundo que não tenha um momento decisivo."

Cartier-Bresson aplicou isto ao seu estilo de fotografar. Ele disse:

"Photographier: c'est dans un même instant et en une fraction de seconde reconnaître un fait et l'organisation rigoureuse de formes perçues visuellement qui expriment et signifient ce fait."

"Fotografar: é em um mesmo instante e em uma fração de segundo reconhecer um fato e a rigorosa organização das formas percebidas visualmente que exprimem e significam este fato." Fonte: Wikipedia internacional.

Em entrevista ao Washington Post, em 1957 ele define o conceito e sua maneira de fotografar:

"A fotografia não é como a pintura. Há uma fração de segundo criativa quando você está fazendo a foto. Seu olho deve ver a composição ou a expressão que a própria vida lhe oferece, e você precisa reconhecer com sua intuição quando disparar a câmera. Este é o momento em que o fotógrafo é criativo.
Oop! O Momento! Uma vez que você o perca, ele está perdido para sempre."

Bresson fundou, em 1947, a Magnum Photos , agência que agrega alguns dos mais importantes fotógrafos e fotojornalistas do mundo. Vale a pena visitar o site.

Uma sugestão, procure na Internet mais fotos e informações sobre Henri Cartier-Bresson. Visite este site com imagens dele e admire seu trabalho!


Bem, este é o início de uma jornada que percorreremos juntos. Conto com a contribuíção de todos para fazê-la mais rica e interessante!

Abraço a todos,
Fernando